quarta-feira, 15 de abril de 2009
Não posso deixar de comentar um fato que aconteceu em Novo Hamburgo e me deixou horrorizada.
Uma empresária do ramo de calçados matou o marido, a irmã , a sobrinha e depois tentou se matar. Ela deixou uma longa carta expondo o motivo deste ato insano: A empresa dela estava mal e, como ela iria se matar não achava justo deixar para tráz estas três pessoas que dependiam dela. Ela os amava demais para eles arcarem com as dívidas dela.
Que castigo terrível para ela, acordar no hospital e ver que não conseguiu se matar e que vai viver com o remorso deste assassinato pelo resto da vida, ou até conseguir cometer o suicídio.
Creio que ela não irá descansar sem conseguir terminar com sua vida, além da empresa estar ruím ela agora terá que conviver com a lembrança das facadas que deu neles.
Fico pensando se todos que estivessem enfrentando uma crise tivessem uma reação igual, a população estaria terminada. Quem pode dizer que nunca sofreu com falta de dinheiro? Que não teve que empurrar dívidas com a barriga?
O povo brasileiro é famoso por dar um jeitinho nas dificuldades, faz novena, promessa, vai se benzer além de fazer artesanato, guloseimas, tudo para o dinheirinho escasso do fim do mês dar uma aumentada.
Muitos poucos brasileiros se dão ao luxo da depressão, eles precisam sobreviver e não pensar nos problemas, a solução vem em primeiro lugar.
Beijos no coração de todos vocês.

5 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Ultimamente não tenho vindo aqui. Peço desculpa mas tenho andado pouco pela net.
E hoje, ao chegar aqui, mas que diferença no blog...
Com um look muito mais moderno e atractivo. Parabéns.
Um abraço e bom fim de semana

Unknown disse...

Que bom que gostastes da minha casa! Foi obra da minha filha, Letícia.kkkkkkkkkkkkkkk

Vânia Vidal disse...

A filha está de parabéns. Ficou diferente e interessante. Quanto ao texto, queria comentar alguns pontos. Não consigo aquilatar até agora o que houve com essa mulher. Racionalmente não consigo classificar na minha cabeça o que aconteceu com a mente dessa mulher. Sofro de depressão severa há anos,como todo brasileiro já perdi emprego, já me vi afogada em dívidas, já perdi parentes e amigos que amava, conheço várias pessoas com a mesma doença e nenhuma delas seria capaz de um ato desses. Talvez em algum momento de desespero maior, passe a idéia do suicídio, porque passa, eu sei que passa. Mas nunca vi ninguém querer levar, ou eu mesma nunca quis levar ninguém comigo.
Depressão não é um luxo, é uma sentença, uma doença. Não se escolhe ter, e muito menos ela escolhe classe social, ao contrário, pesquisas recentes mostram que ela é extremamente comum nas classes médias e baixas. Por mais que a gente dê o jeitinho, e olha que eu passei anos dando um "jeitinho" para a doença não me levar pro túmulo, até chegar no ponto em que ela efetivamente estava me levando para o túmulo. Admiro a força do meu povo, mas conheço as fragilidades e as venço todos os dias. Não posso encarar a depressão como um luxo, pois não posso jogá-la fora. Não posso virar para mim mesma e dizer: - agora basta. Tenho sim que ser forte para manter o tratamento, nada barato, os remédios nenhum pouco baratos e minha vida profissional minimamente estruturada.

Acho terrível o destino dessa moça.
Mas não acho que ela tenha sido vítima de um luxo, um capricho, mas sim da própria vilania.

desculpe se, por acaso, fui áspera.
Um beijo
Vânia

Unknown disse...

Vânia não estás sendo áspera, não. Estás dando tua opinião, que é muito rica pois estás com o problema que dizem que ela tem.
Na minha família tem casos de depressão, mas analisando o caso dela, será que não é uma esquizofrenia?
Meu blog é aberto para todos que quiserem dar sua contribuição; venha sempre que quiseres.
Beijos no teu coração.

Vânia Vidal disse...

Tranqüilizo-me por não ter sido áspera ou agressiva. Fico feliz por sua mente aberta. Sou bipolar, e a mídia ultimamente tem adorado vincular grandes crimes, como aquele que matou a jovem Eloah, à essa doença, uma grande besteira, própria da ignorância que mergulhou esse país. É mais fácil julgar alguém doente por um crime do que alguém normal, admitir que a civilização não existe para todos, que muitos estão mergulhados na barbárie.

Não sei se seria um caso de esquizofrenia, pois conheço alguns esquizofrênicos que não fariam mal nem a uma mosca, mesmo os surtos. Acho que independentemente da doença mental que a defesa dela alegará (pois certamente será essa a diretriz advocatícia possível para o caso dela, tentar atenuantes por incapacidade mental), nenhuma justificaria o ato em si, pois ela se mostrou bastante lúcida na carta que deixou, ao que parece houve uma certa premeditação, o que escapa um pouco dos crimes motivados por uma reação desse porte. Até mesmo porque na hora do suicídio ela foi bem mal sucedida, o que demonstra, e falo por conhecimento de causa, que ela não queria se matar. Pois o suicida, ainda mais o que no surto psicótico mata alguém passionalmente, não sobrevive, efetivamente comete suicídio, pois perdeu tudo, inclusive a esperança no perdão de deus. Tornando-se mais uma vítima de sua própria tragédia, digno de todas as raivas, mas também de todas as penas. Não é o caso dela.

Até porque mesmo o mais grave dos doentes mentais, e isso foi dito por uma psiquiatra, tem algum grau de conciência do que faz, por isso existem os manicômios judiciários, ela não escapa da cadeia, só que a pena será num hospital.

Fico com o que meu médico sempre diz: cada um dá o que tem, alguns são bos, outros não. Quando uma doença mental aflora, o que prevalecerá será o que houver de bom ou de ruim (que já havia) detro dessa pessoa. Precisamos entender, eu acho, que grandes criminosos são pessoas ruins, pessoas más e que não tiveram, até o ponto em que cometem o ato criminoso, a oportunidade de exercer a vilania, e não apenas pessoas doentes. São pessoas que já tinham instintos homicidas dentro de si e que um dia os colocam em prática, porque são ruins, apenas isso. Mas confesso, é complexo demais discutir o incompreensível.

Beijos e todo o meu carinho.
Vânia

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